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O que é um agente malicioso?
Um agente malicioso é qualquer pessoa que tenta extorquir ou comprometer um indivíduo ou organização para obter ganhos financeiros, influência política, vingança, entre outros. Os agentes maliciosos não estão limitados a nenhuma faixa etária, geografia ou motivo específico, e podem empregar uma série de técnicas para atingir seus objetivos.
Tipos de agentes maliciosos
Os agentes maliciosos assumem diversas formas, cada um com suas próprias motivações, táticas e objetivos. Entender essas distinções é essencial para se defender com eficácia contra elas.
Agentes governamentais
Agentes governamentais geralmente são grupos ou indivíduos patrocinados por governos que se envolvem em operações cibernéticas maliciosas, como espionagem cibernética, roubo de dados e ameaças persistentes avançadas (APTs), para atingir objetivos políticos, militares ou econômicos. Esses agentes geralmente são altamente sofisticados e bem financiados, muitas vezes visando infraestrutura crítica, agências governamentais e setores essenciais.
Exemplo: em 2021, o grupo de hackers NOBELIUM (também conhecido como Midnight Blizzard), ligado à Rússia, invadiu a Microsoft, visando dados de clientes por meio de uma conta de revendedor comprometida como parte de uma campanha mais ampla de ciberespionagem.
Cibercriminosos
Cibercriminosos são indivíduos ou grupos que usam ataques cibernéticos principalmente para ganho financeiro. Eles frequentemente empregam táticas como ransomware, phishing e roubo de identidade para extorquir dinheiro das vítimas ou roubar dados valiosos.
Exemplo: o grupo de ransomware Dark Angels criptografa os dados das vítimas e exige resgate pela descriptografia. Eles atacam redes corporativas, ameaçando vazar dados roubados se as demandas não forem atendidas, geralmente por meio de táticas de dupla extorsão.
Agentes internos
As ameaças de agentes internos se originam dentro de uma organização e podem ser maliciosas ou não intencionais. Essas ameaças geralmente envolvem funcionários ou prestadores de serviço com acesso a informações sigilosas, que as utilizam indevidamente para ganho pessoal, vingança ou devido à negligência, como vítimas de ataques de phishing.
Exemplo: em 2023, pesquisadores de IA da Microsoft expuseram acidentalmente 38 TB de dados sigilosos, incluindo chaves privadas e senhas, ao configurar incorretamente um URL de armazenamento compartilhado do Azure usado para desenvolvimento de IA de código aberto.
Hacktivistas
Hacktivistas são aqueles que usam técnicas de hacking para promover ou avançar seus objetivos, sejam eles sociais ou políticos. Seus ataques geralmente têm como objetivo interromper serviços, desfigurar sites ou vazar informações para chamar atenção para suas causas.
Exemplo: o Anonymous, um grupo hacktivista descentralizado, lançou ataques contra sites do governo russo em 2022 em resposta à invasão da Ucrânia. Outro exemplo é o grupo LulzSec, que teve como alvo corporações e agências governamentais em 2011.
Script kiddies
Script kiddies são hackers inexperientes que usam scripts predefinidos ou ferramentas desenvolvidas por outros para lançar ataques. Embora geralmente não tenham habilidades avançadas, eles ainda podem causar danos significativos, principalmente explorando vulnerabilidades conhecidas e sistemas mal protegidos. Esses agentes maliciosos menos experientes obtiveram maior sucesso por meio de serviços de crimes cibernéticos, como ransomware como serviço (RaaS) e avanços em IA generativa.
Exemplo: em 2016, um grupo de script kiddies usou a botnet Mirai para lançar um ataque massivo de negação de serviço distribuída (DDoS) que derrubou grandes partes da internet. Outro exemplo é o ataque hacker ao Twitter em 2019, onde adolescentes ganharam acesso a contas de alto perfil explorando técnicas de engenharia social.
Motivações para agentes maliciosos
Os agentes maliciosos têm uma série de motivações, cada uma influenciando a natureza e a gravidade de suas ações em diferentes escalas. Os criminosos cibernéticos motivados por ganhos financeiros, por exemplo, muitas vezes buscam roubar informações sigilosas, como números de cartão de crédito ou propriedade intelectual, que podem vender no mercado negro ou usar para extorsão por meio de ataques de ransomware.
Outros são motivados por ideologia política. Nesses casos, os agentes podem ter como alvo organizações ou governos para promover suas crenças, interromper operações ou expor o que percebem como injustiças. Esses agentes veem seus ataques cibernéticos como uma forma de protesto, com o objetivo de influenciar a opinião pública ou pressionar os que estão no poder a mudar políticas.
Depois, há aqueles movidos por vingança ou simplesmente pela emoção do desafio. Funcionários descontentes ou antigos parceiros podem lançar ataques contra uma organização por despeito, buscando acertar contas pessoais. Outros, principalmente hackers mais jovens ou menos experientes, podem ser motivados pela adrenalina de invadir um sistema seguro, buscando o reconhecimento que vem ao realizar um assalto cibernético ousado. Para esses indivíduos, o ato em si é muitas vezes mais importante que o resultado.
Técnicas e táticas usadas por agentes maliciosos
Abaixo estão alguns dos métodos mais comuns que os cibercriminosos empregam para tirar vantagem de um indivíduo ou organização:
- Phishing: os ataques de phishing usam técnicas de “engenharia social” para induzir as pessoas a divulgar informações sigilosas, transferir valores em dinheiro e mais. Seus tipos incluem e-mails ou mensagens de texto, sites falsos usados para roubar credenciais, ataques de vishing e outros que induzem as vítimas a confiar no invasor. Ele continua a ser um método dominante de ciberataque, com um aumento nas tentativas de 58,2% em 2023
- Malware: malware é um software malicioso criado para invadir um sistema de computador e executar ações hostis, como roubar ou criptografar dados sigilosos, assumir o controle de funções do sistema ou se espalhar para outros dispositivos, muitas vezes com fins lucrativos. Existem muitos tipos de malware, incluindo ransomware, spyware, adware e cavalos de troia. Saiba mais sobre os desenvolvimentos mais recentes em malware aqui.
- Ameaças persistentes avançadas (APTs): as APTs são uma marca registrada de agentes maliciosos governamentais e criminosos cibernéticos sofisticados, em que um invasor obtém acesso furtivo à rede de uma organização e estabelece uma posição, permitindo que ele permaneça lá sem ser detectado por um longo período. As APTs geralmente visam uma empresa específica e costumam utilizar malwares que podem contornar ou evitar medidas de segurança comuns.
- Técnicas de agentes internos: alguém com acesso autorizado aos sistemas e dados de uma organização usa indevidamente seus privilégios para impactar negativamente a organização. As ameaças de agentes internos podem ser intencionais ou não intencionais, partindo de funcionários, prestadores de serviço, fornecedores terceirizados ou parceiros.
Ataques cibernéticos reais
Existem muitos métodos de ataque cibernético, e vimos muitos exemplos notáveis recentemente. Abaixo estão alguns ataques reais de destaque que ilustram seu impacto potencial:
Ataque à SolarWinds
Em dezembro de 2020, o ataque à SolarWinds teve como alvo a plataforma de software Orion, usada por milhares de organizações no mundo todo. Criminosos inseriram códigos maliciosos em atualizações de software, que foram então distribuídas para mais de 18.000 clientes, incluindo agências governamentais e grandes corporações. Essa violação levou ao acesso não autorizado a dados e redes sigilosos, com os invasores permanecendo sem serem detectados por vários meses. Essa é considerada uma das campanhas de espionagem cibernética de maior impacto da história.
Ransomware WannaCry
Em maio de 2017, o ataque do ransomware WannaCry se espalhou rapidamente pelo mundo, afetando centenas de milhares de computadores em mais de 150 países. Essa variante explorava uma vulnerabilidade nos sistemas operacionais Windows, criptografando arquivos e exigindo pagamentos de resgate em bitcoin. Serviços essenciais, incluindo sistemas de saúde como o National Heath Service (NHS) do Reino Unido, foram severamente impactados como resultado. Apesar do alcance generalizado, o ataque foi amplamente mitigado em poucos dias devido à descoberta de um kill switch.
Scattered Spider
O Scattered Spider é um grupo criminoso movido por ganhos financeiros que surgiu por volta de 2022, conhecido por ter como alvo empresas de telecomunicações e tecnologia. O grupo usa táticas de engenharia social, como phishing e troca de SIM, para obter acesso a redes corporativas e perpetrar fraudes ou implantar ransomware. As empresas alvos do Scattered Spider enfrentaram interrupções operacionais significativas e perdas financeiras, com as táticas sofisticadas do grupo tornando-o uma ameaça significativa.
Colonial Pipeline
O ataque ao Colonial Pipeline em maio de 2021 foi um ataque de ransomware realizado pelo grupo DarkSide, visando o maior oleoduto de combustível dos EUA. Ele explorou medidas de cibersegurança desatualizadas, levando a um desligamento que interrompeu o fornecimento de combustível em toda a costa leste dos EUA. O ataque destacou vulnerabilidades em infraestrutura crítica, expondo a necessidade de maior cibersegurança em serviços essenciais.
Dark Angels
Dark Angels é um grupo de ransomware que surgiu em 2022, conhecido por suas táticas sofisticadas, que tinham como alvo uma empresa de alto valor por vez e altos pedidos de resgate. O grupo normalmente usa métodos de dupla extorsão, onde eles não apenas criptografam os dados da vítima, mas também ameaçam vazar informações sigilosas se o resgate não for pago. No entanto, esta tática não foi empregada para orquestrar o pagamento de resgate recorde, de US$ 75 milhões, descoberto pela ThreatLabz em 2024.
Como se proteger contra agentes maliciosos
Agentes maliciosos buscarão todos os meios de se infiltrar em seus sistemas. Use essas técnicas para garantir que as vulnerabilidades da sua organização sejam eliminadas.
- Mantenha sistemas operacionais e navegadores atualizados: os fornecedores de software abordam regularmente novas vulnerabilidades em seus produtos e lançam atualizações para manter seus sistemas protegidos.
- Proteja os dados com backups automáticos: Implemente um processo regular de backup de dados do sistema para que seja possível recuperá-los caso haja um ataque de ransomware ou um evento de perda de dados.
- Use autenticação multifator avançada (MFA): estratégias de controle de acesso, como MFA, criam camadas adicionais de defesa entre invasores e seus sistemas internos.
- Instrua seus usuários: os cibercriminosos estão constantemente inventando novas estratégias para realizar seus ataques, e o elemento humano continua sendo a maior vulnerabilidade de qualquer organização. Sua empresa estará mais segura se todos os usuários souberem como identificar e denunciar ataques de phishing, evitar domínios maliciosos e assim por diante.
- Invista em segurança zero trust abrangente e integrada: as ameaças cibernéticas evoluíram muito. Para proteger melhor suas equipes e reduzir o risco organizacional, procure uma plataforma de defesa proativa, inteligente e holística.
Tendências futuras nas atividades dos agentes maliciosos
Aqui estão algumas das maneiras pelas quais os agentes maliciosos e os grupos dos quais participam continuarão a ser um obstáculo para as equipes de segurança.
Chatbots maliciosos e ataques baseados em IA
A ameaça da “IA para o mal” tende a se intensificar. É provável que os ataques conduzidos por IA aumentem, à medida que a dark web serve como terreno fértil para chatbots maliciosos como WormGPT e FraudGPT, permitindo amplificar as atividades cibercriminosas. Essas ferramentas insidiosas se tornarão fundamentais na execução de engenharia social aprimorada, golpes de phishing e várias outras ameaças.
Ataques de IoT
Dispositivos de IoT vulneráveis passarão a ser um vetor de ameaça primário, expondo as empresas a violações e novos riscos de segurança. A falta de medidas de segurança padronizadas por desenvolvedores e fabricantes de dispositivos de IoT leva a vulnerabilidades que os invasores podem explorar facilmente.
Juntamente com a ampla adoção e uso desses dispositivos, a IoT é uma oportunidade fácil (e altamente lucrativa) de ganho financeiro para invasores.
Exploração de VPN
Dada a frequência, gravidade e escala das vulnerabilidades de VPN, as empresas devem esperar que essa tendência continue. Os agentes maliciosos e os pesquisadores de segurança estão cientes do risco elevado de vulnerabilidades de alta gravidade em produtos de VPN. Por sua vez, eles estão ativamente à procura de mais, o que torna provável que CVEs adicionais sejam encontrados nos próximos meses e anos.
Proteja-se de agentes maliciosos com a Zscaler
Para proteger-se de agentes maliciosos de todos os ângulos, invista na Zscaler Cyberthreat Protection, parte da nossa plataforma Zero Trust Exchange™. A Zscaler é a maior e mais implantada nuvem de segurança em linha do mundo, desenvolvida especificamente para atender às crescentes necessidades cibernéticas das empresas de hoje.
Desenvolvida com base no princípio de privilégio mínimo, a arquitetura de proxy da Zscaler permite inspeção total de TLS/SSL em larga escala, com conexões intermediadas entre usuários e aplicativos com base na identidade, contexto e políticas corporativas, para que você possa:
- Minimizar a superfície de ataque: oculte seus aplicativos, locais e dispositivos da internet, evitando que agentes maliciosos alcancem e violem esses ativos.
- Evitar comprometimentos: elimine ataques de phishing e downloads de malware com inspeção completa de TLS/SSL em linha e em larga escala, e prevenção de ameaças com tecnologia de IA.
- Eliminar a movimentação lateral: minimize o raio de ação, defenda-se contra ameaças internas e reduza a sobrecarga operacional com segmentação zero trust.
- Impedir a perda de dados: descubra aplicativos de TI invisível e de risco com a classificação automática de dados sigilosos. Proteja o tráfego de usuários, cargas de trabalho e IoT/OT para dados em repouso e em trânsito.
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Perguntas frequentes
Um agente malicioso é qualquer entidade que representa um perigo potencial aos sistemas de informação, com o objetivo de causar danos, roubar dados ou interromper operações. Eles podem utilizar hacking, engenharia social ou outros métodos para atingir seus objetivos. Um hacker, por outro lado, refere-se especificamente a alguém que usa habilidades técnicas para obter acesso não autorizado a sistemas. Embora frequentemente associado a atividades maliciosas, o termo "hacker" também pode descrever hackers éticos (white hats) que testam defesas de segurança.
Para identificar agentes maliciosos planejando atacar sua organização, monitore o tráfego de rede em busca de atividades incomuns, como tentativas de acesso não autorizado ou exfiltração de dados. Plataformas de inteligência sobre ameaças ajudarão você a analisar padrões de ataque conhecidos e indicadores de comprometimento (IOCs). Além disso, é importante revisar regularmente os registros de segurança, examinar tentativas de phishing e rastrear vulnerabilidades em seus sistemas. Mantenha-se em dia sobre ameaças específicas do setor e colabore com comunidades de segurança externas para obter insights sobre táticas adversárias emergentes que têm como alvo seu setor.
As credenciais são frequentemente roubadas por meio de ataques de phishing, malware, engenharia social ou exploração de vulnerabilidades. Phishing envolve enganar usuários para que revelem senhas por meio de e-mails ou sites falsos. Malware pode capturar pressionamentos de tecla ou roubar credenciais armazenadas de dispositivos. Explorar vulnerabilidades em softwares ou redes pode permitir que invasores extraiam credenciais diretamente. Uma vez roubadas, as credenciais são usadas por agentes maliciosos para obter acesso não autorizado a sistemas, roubar dados, implantar ransomware ou se mover lateralmente em uma rede. Eles também podem vender as credenciais em mercados da dark web, permitindo que outros criminosos lancem novos ataques.